Salas de aula cheias, desvalorização do magistério, baixos salários, pressão dos pais e da escola, competição com a tecnologia. A isso se somam as questões comportamentais, como dificuldade de relacionamento com os alunos, falta de interesse e indisciplina dos estudantes.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), até pouco tempo atrás a perda de voz era a campeã entre as doenças que afastavam professores, mas recentemente distúrbios psíquicos têm ganhado espaço nesse ranking.
Uma pesquisa do site Nova Escola informa que:
– 60% dos professores se queixam de sintomas de ansiedade, estresse e dores de cabeça;
– 66% já sofreram com fraqueza, incapacidade ou medo de ir trabalhar.
Deficiências estruturais
Em regra o professor brasileiro não foi preparado para lidar com essa geração de alunos e suas particularidades. Na faculdade, aprende muito sobre desenvolvimento infantil e comportamento humano, mas só na teoria. Na prática, faltam ferramentas para ter um bom relacionamento com os alunos e engajá-los para obter bons resultados.
Em geral o professor está a pelo menos uma geração de distância dos alunos, muitas vezes são duas ou três gerações. Nessa situação, uma postura de curiosidade, de ver a si mesmo como ensinante e ao mesmo tempo aprendente – nas palavras de Paulo Freire –, pode fazer toda a diferença.
Nesse contexto de adoecimento psíquico, práticas de autocuidado são mais que benéficas, são necessárias. O autocuidado, aliás, faz parte das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O professor que faz da sua saúde mental e física prioridade certamente poderá ensinar isso com mais facilidade aos alunos.
Competição ou parceria?
Na relação família-escola, é comum uma postura mútua de acusações. O tempo todo uns acusam os outros de não prestar atenção às necessidades do jovem, de não ter um diálogo construtivo, de não ensinar a ele ética e respeito ao próximo. Essa situação não gera benefício para ninguém, em especial para o aluno/filho. Quando, no entanto, seus adultos de referência (pais e professores aí incluídos) se unem para atingir os mesmos objetivos – auxiliá-lo a encontrar seus melhores recursos e utilizá-los, promovendo desenvolvimento integral, bem-estar e crescimento saudável –, os benefícios são incalculáveis para todos.
Diante disso, o que você, educador, pode fazer hoje para mudar essa situação? Algo que não dependa das políticas públicas, da direção da escola, dos pais ou dos alunos? Como fazer para se reconectar com seus valores mais profundos, como os motivos pelos quais escolheu essa profissão tão bela e importante para a sociedade?
Assista ao depoimento de Paula Camilo e se inspire com sua história de transformação, em depoimento ao Blog do ICIJ:
https://youtu.be/6mWZqiiftyw
https://institutoinfantojuvenil.com.br/paula-camilo-transformacao-pelo-kids-coaching-escolar/
Fontes:
“Como promover a saúde mental do docente?”. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/17037/como-promover-a-saude-mental-do-docente
“Saúde mental: pesquisas apontam o adoecimento de professores”. Disponível em: https://lunetas.com.br/saude-mental-pesquisas-apontam-o-adoecimento-de-professores/