Continuando a série de artigos sobre as perguntas que mais recebemos dos nossos clientes, o tema de hoje é: “O KidCoach pode atender os próprios filhos, os filhos dos amigos ou parentes?”
Com a palavra, Marcia Belmiro:
“Em primeiro lugar, devo lembrar que a regra existente no atendimento psicoterapêutico que proíbe os psicólogos de atenderem parentes e amigos não se aplica ao Coaching. Na terapia, em geral o objetivo é curar, tratar traumas, fobias ou distúrbios que advêm do passado.
Nesta situação, alguém que tenha contato íntimo com o paciente não é habilitado a atendê-lo. Mesmo que não tenha diretamente a ver com as situações analisadas em consultório, o psicólogo tem ciência desses acontecimentos e é provável que tenha formado sua própria versão – parcial, naturalmente – da história, o que atrapalharia o processo terapêutico.
No processo de Coaching, o cenário é completamente diferente: Para começar, a proposta não é de tratar nem curar, mas de interferir numa situação pontual (não patológica, vale reforçar), que gere desconforto e dificuldade para alcançar algum objetivo específico.
Neste caso, o cliente (ou Coachee, nunca paciente) vai atuar em parceria com o Coach, de modo a olhar para o que o desagrada no presente e traçar o objetivo que deseja alcançar no futuro – ou seja, em nenhum momento se buscam causas nem possíveis culpados: não existe foco no passado.
Resumindo: O KidCoach pode, sim, atender os próprios filhos, os filhos dos amigos e parentes (isso pode ser até um ponto positivo, pois as crianças às vezes se conectam emocionalmente melhor com aqueles em quem já confiam) – desde que não existam quaisquer impedimentos, a saber:
1) O KidCoach não tem uma relação saudável com os pais do Coachee (no caso de parentes ou filhos de amigos). Ex.: Seu sobrinho não tem uma alimentação saudável, mas na sua opinião isso acontece por culpa da sua cunhada, que cria ele mal. Nessa situação, você não está apto a manter o não julgamento, princípio fundamental do Método CoRE KidCoaching.
2) O KidCoach não tem uma relação saudável com o outro responsável pelo Coachee (no caso de a criança ser o próprio filho). Ex.: Você é separada do pai do seu filho, e por questões do passado você não confia nele. Aqui, novamente é provável que você não seja capaz de manter o princípio do não julgamento, o que inviabiliza o processo.
3) A relação KidCoach-Coachee impede o processo neste momento (no caso de a criança ser o próprio filho). Ex.: Seu filho tem baixo rendimento escolar, e ele acredita que essa responsabilidade é sua. Esse tipo de discurso por parte das crianças é comum, a questão é como você vai lidar com ele. Se no momento presente você não consegue levar seu filho à autorresponsabilidade e isso está impedindo o processo de avançar, não há nada de errado nisso. Significa apenas que talvez, neste caso específico, você deva procurar outro KidCoach para conduzir este processo.”
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