Durante toda a infância ouvimos muitas vezes a mesma pergunta: “O que você quer ser quando crescer?” Hoje, ao olhar para trás, muitos de nós se perguntam: “Sou o profissional que sonhei quando era criança?” No entanto, talvez mais importante que responder a essa pergunta seja refletir: “Sou feliz com quem sou hoje?”
Afinal, provavelmente você não se tornou astronauta, mágico nem artista de novela, como planejava na infância. Tampouco deve ter seguido o script no qual acreditava no início da vida profissional: sair de casa aos 18, ser diretor de multinacional aos 30, levar uma vida bem-sucedida e realizada, sem obstáculos ou mudanças de rumo inesperadas.
Transição de carreira, por que não?
Hoje, vemos uma grande quantidade de pessoas que depois de 15, 20 anos (ou até mais) numa profissão finalmente encontram seu propósito e resolvem mudar radicalmente de profissão, de área, de estilo de vida. Olhando para trás, se sua carreira não é como você sonhou, não necessariamente isso é algo ruim.
Se hoje você está passando por esse momento de reavaliação vocacional, saiba que é possível acolher esse sentimento de frustração pelo sonho não realizado, e pensar que a vida profissional não precisa ser como você achou que seria, ou como lhe disseram que deveria ser, ou até como foi com alguém que você conhece e admira.
Quando se tem humildade e se assume que não é possível ter o controle de tudo, pode-se abraçar o eu de hoje, com os percalços, as escolhas e os aprendizados do caminho, e ser mais que o profissional dos sonhos de criança.
E, em vez disso, ser o profissional que você pode, deseja e merece ser hoje – que inclusive pode ser muito melhor do que a sua imaginação, já que hoje você tem mais autoconhecimento e maturidade, e pode se encaminhar para uma atividade que esteja de acordo com seus princípios e valores.
Pode até voltar a ser idealista – por que não? –, e acreditar que dá para mudar o mundo e transformar gerações com seu trabalho.