Entre as metodologias ativas de estudo com uso da tecnologia, vem ganhando espaço a aprendizagem colaborativa. De acordo com Bernarski e Zych no artigo “Aprendizagem colaborativa aplicada numa sala de recursos”, essa ferramenta pode ser definida como uma metodologia na qual, “por meio do trabalho em grupo e pela troca entre os pares, as pessoas envolvidas no processo aprendem juntas, pesquisando na web, utilizando uma página na wiki [coleção de documentos em hipertexto ou software colaborativo] para escrever os resultados das buscas”.
Na aprendizagem colaborativa, há um estímulo ao processo de aprendizagem ativo e investigativo, além de valorização do conhecimento prévio dos alunos, compartilhamento de saberes, pensamento crítico e motivação para a pesquisa. Entre as ferramentas mais usadas estão chats (para promover a troca de experiências) e blogs (para ampliar os debates com a contribuição de todos).
Outro ponto importante é a avaliação, que também pode ter seu conceito tradicional ampliado. Em vez de acontecer obrigatoriamente no fim do processo, pode abranger toda a evolução ao longo do desenvolvimento de um projeto. A avaliação também não precisa ficar restrita ao professor: os alunos podem avaliar uns aos outros e a si mesmos.
O novo papel do professor
Bernarski e Zych analisam que “as tecnologias não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções, exigindo um modelo diferenciado de atuação”. As pesquisadoras citam Kampff (2006) ao afirmar que: “O professor se transforma, neste novo contexto educacional, no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante, motiva-o a construir sua aprendizagem. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados pelos alunos, os adapta à realidade, questiona os dados apresentados. Assim sendo, transforma a informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria.”
Colaboração x cooperação
A seguir, no mesmo artigo, Bernarski e Zych citam Torres e Irala (2007), que por sua vez se utilizam de Panitz para diferenciar aprendizagem colaborativa e aprendizagem cooperativa: “A colaboração é uma filosofia de interação e um estilo de vida pessoal, enquanto que a cooperação é uma estrutura de interação projetada para facilitar a realização de um objetivo ou produto final. Assim, pode-se dizer que a aprendizagem colaborativa é muito mais que uma técnica de sala de aula, é uma maneira de lidar com as pessoas que respeita e destaca as habilidades e contribuições individuais de cada membro do grupo.”
Você é professor e quer implementar a aprendizagem colaborativa em sua prática? Confira a seguir três pontos importantes dessa metodologia, de acordo com Bernarski e Zych:
1) “O professor deve estar atento ao uso das tecnologias reconhecendo sua real função como instrumento de aprendizagem, usando critérios para as buscas, deixando claro para os alunos que nem sempre o que encontramos na web é o melhor e cientificamente provado.”
2) “Moran (1994) salienta que as tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir suas paredes e possibilitar que alunos conversem e pesquisem com outros alunos na mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. O mesmo acontece com os professores.”
3) “É na troca de experiências que se pode notar pontos em comum ou divergentes entre os membros de uma equipe, atingindo o equilíbrio através da colaboração. Em vez da tradicional memorização, dá-se ênfase à construção do conhecimento.”
Fonte:
“Aprendizagem colaborativa aplicada numa sala de recursos”. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2052-8.pdf