Uma característica comumente atribuída ao adolescente é a falta de engajamento nos projetos – inclusive aqueles feitos para beneficiá-lo. Partindo dessa dificuldade que é comum a muitos profissionais que lidam diretamente com esse público – professores, instrutores e mesmo coaches –, vamos abordar as causas desse tipo de comportamento e o que pode ser feito para alterá-lo.
Com a palavra, Sabrina Oliveira:
“Ainda hoje a educação dada à maioria dos adolescentes é baseada na obediência aos adultos. Em muitos casos são os pais que definem a escola, as atividades extracurriculares e até as possibilidades de lazer oferecidas ao jovem, de maneira unilateral. Dessa forma, a tendência natural é repelir qualquer coisa, independentemente do sacrifício dos pais em proporcionar tais oportunidades ao filho – o que não raro gera bastante frustração nos pais.
Se, por outro lado, o jovem tem a possibilidade de escolher o que deseja fazer – de acordo com as possibilidades da família, claro –, seu engajamento é sensivelmente maior. Um exemplo é o processo de TeenCoaching: Só aceitamos um novo coachee se essa decisão parte dele próprio, até porque esta é a única forma de ele atingir seu objetivo.
Um dos passos fundamentais do Método GrowCoaching é a sessão de apresentação da proposta, que necessariamente conta com a presença do adolescente e de seus pais. Nesta ocasião, se o TeenCoach não sente que há um firme propósito do jovem no sentido de promover a mudança que ele deseja, o coach deve ser sincero, dizer com franqueza o que percebeu e explicar que não será possível continuar.
Importante: sem tom de crítica nem de ameaça. É preciso deixar claro que a mudança almejada não é fácil de alcançar, mas que o TeenCoach é um parceiro nesse processo de autodescoberta.
E sabe o que acontece muitas vezes quando o TeenCoach verbaliza isso? É aí que o coachee se engaja, ao perceber todos os ganhos que pode obter e tendo a certeza de que não estará sozinho no processo. Percebemos esse comportamento também nos pais que porventura chegam ao coachtório céticos sobre os resultados do Método.
Graças à nossa condução de alinhar expectativas logo no primeiro contato e saber dizer não a um cliente quando necessário, raramente alguém abandona o processo no meio do caminho. Afinal, propiciar esse empoderamento do adolescente é um valor muito forte para nós.”