O ensino híbrido – uma proposta pedagógica que mescla o aprendizado dentro e fora da escola – nos últimos anos vem aumentando no Brasil e no mundo, notadamente em escolas de ponta, com sua concepção de mudança de mentalidade sobre o ensino e sobre os novos papéis no processo de aprendizagem: o professor passa a ser um mentor, e os alunos ganham a possibilidade de serem protagonistas do próprio aprendizado.
Segundo a estudiosa do tema Lilian Bacich – citada neste blog no artigo “Ensino híbrido: O que é e por que funciona” (https://institutoinfantojuvenil.com.br/ensino-hibrido-o-que-e-e-por-que-funciona/) –, a palavra-chave do ensino híbrido é a personalização, ou seja, o entendimento de que cada estudante aprende de uma forma particular. Dessa forma, é possível propiciar um aprendizado integral às crianças e aos adolescentes, contemplando inclusive as chamadas soft skills.
Nessa metodologia, é comum o uso de ferramentas como problem based learning (traduzindo, aprendizagem baseada em problemas), na qual o professor propõe uma situação e os alunos devem fazer pesquisas para encontrar a resposta para o desafio, entre outras metodologias ativas de ensino.
Mudanças trazidas pelo Covid-19
Com a pandemia de coronavírus, a comunidade escolar sentiu a necessidade de se adaptar, aplicando o ensino híbrido de forma sistemática e constante, majoritariamente com ferramentas virtuais – o que fora de um contexto de pandemia não necessariamente é preciso. Explica-se: os pesquisadores da educação entendem que o ensino híbrido também pode englobar ações presenciais, como visitas a museus, teatro ou parques ecológicos, por exemplo.
O pesquisador norte-americano Thomas Arnett se dedica ao estudo de ações que podem ampliar a capacidade do educador e a identificar as chamadas inovações disruptivas na educação – ou seja, processos em que uma tecnologia, produto ou serviço é transformado ou substituído por uma solução inovadora superior.
Essa inovação pode ser mais acessível, simples ou conveniente, e resulta em mudança no comportamento de consumo do público. Na área da educação, significa entender quais mudanças poderiam fazer a diferença no processo de aprendizagem e avançar no ensino como o conhecemos hoje.
Arnett, em entrevista recente ao site Nova Escola, fez uma análise sobre o ensino híbrido, caracterizando-o como uma inovação disruptiva na educação – desde que haja uma mudança profunda de toda a concepção pedagógica, sem se restringir à pura e simples transferência de uma parcela das aulas para a modalidade on-line.
Nesse sentido, Arnett aponta uma das habilidades mais importantes para que o ensino híbrido dê certo: o autogerenciamento: “Saber como gerenciar a si mesmo é uma habilidade que a maioria dos alunos não desenvolve na escola. Para que tenhamos uma aprendizagem apropriada, uma das principais tarefas dos professores é treinar seus alunos a serem mais independentes e aprenderem de maneira autônoma.”
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