Na famosa série norte-americana Atypical (disponível na Netflix), Doug, pai de Sam e Casey, descobre que Elsa, sua esposa e mãe dos adolescentes, está tendo um caso. Para confrontar a mãe no que percebe como uma traição à família, Casey passa a chamá-la pelo nome.
Na vida real, se o seu filho resolveu esquecer a palavra “mamãe”, não é preciso perder noites de sono ou ter medo de que esse seja o sinal de algo grave está acontecendo.
Causas possíveis
Essa e outras dificuldades das crianças e dos adolescentes podem gerar esse tipo de reação aos pais. Um exemplo comum é o de mudanças de configuração na família: a chegada de um padrasto ou madrasta, o nascimento de um irmãozinho.
No caso das crianças, pode ser também porque passam a maior parte do dia com outros cuidadores, que se referem a você pelo nome, e não como “mamãe”. A criança começa imitando esse costume, e se percebe que ele causa uma reação em você pode querer continuar a tratá-la dessa forma, até como forma de brincadeira.
Outra causa possível é que os filhos não sintam uma relação de parentalidade, mas de amizade com os pais. É claro que entre pais e filhos é saudável que haja diálogo e troca, mas é uma relação que também pressupõe papéis bem definidos, e até conflitos e limites dados com clareza, sendo essa uma das funções paternas e maternas de maior relevância para o desenvolvimento psíquico dos indivíduos.
O mais importante, aqui, é refletir por que isso te incomoda e traz desgosto: você acredita que seu filho esteja querendo desvalorizar o papel materno de alguma forma? Será que entre vocês existe um distanciamento emocional ou algum tipo de desconexão?
Como agir na prática?
A primeira coisa a fazer é perguntar a seu filho o porquê de estar usando seu nome para chamá-la. É importante que seja uma pergunta de fato, com tom de curiosidade, não de “tirar satisfação”, já presumindo algo terrível. A partir daí, ouça com atenção a resposta do seu filho, e gentilmente diga a ele que isso a incomoda, e que gostaria de ser chamada de mamãe.