O ano de 2019 está chegando ao fim. Em vez de fazer como a Simone e se perguntar “e o que você fez?”, propomos uma reflexão que não gera arrependimentos nem culpas. Que tal trocar a linha de “o que deu errado” por “o que posso fazer para ser melhor a partir de agora”?
Nós, seres humanos da sociedade pós-moderna ocidental, temos uma tendência a ver os planos não alcançados quase como falhas de caráter. Dizemos a nós mesmos frases que não teríamos coragem de dizer a mais ninguém: “não tenho vergonha na cara mesmo”, “sou um incompetente”, “nunca poderei ser como fulano” e tantas outras.
Estudiosos do comportamento humano, como Marcia Belmiro, dizem que por meio da culpa e da vergonha é muito mais difícil avançar, e talvez esteja aí a causa do fracasso de muita gente. Se substituirmos culpa por autorresponsabilização, empoderamento e confiança em nós mesmos, é possível que esse caminho já comece mais curto – ou pelo menos sem tantos obstáculos.
Outro ponto importante a considerar é: quais são verdadeiramente os meus desejos? Ao fazer essa reflexão e deixar de atender a expectativas externas – dos pais, dos filhos, do chefe etc. –, o engajamento aumenta muito. Nesse sentido uma certa dose de egoísmo é até saudável, pois ao buscar a própria felicidade somos mais capazes de fazer felizes aqueles que estão em volta.
Não sabe por onde começar? Pegue sua lista de metas para 2019. Não tem problema se não conseguiu realizar tudo, ou até se não deu para riscar nenhum item. Pense se esses objetivos ainda fazem sentido para você, e anote seus porquês (ex.: vou fazer uma transição de carreira para me conectar a meu propósito de vida e ter mais tempo para meus filhos). Sempre que sair dos trilhos, volte a seus porquês e retome a caminhada.
Também ajuda parar de ver “a grama verde do vizinho”, especialmente se essa grama está nas redes sociais, cheia de filtros que editam as imagens. Se comparar com o aparente sucesso dos outros é a forma mais eficiente de… paralisar e não chegar a lugar algum.
Vamos aproveitar este fim de ano para refazer nossas esperanças, deixar para trás crenças autossabotadoras, culpas paralisantes e expectativas impostas externamente, e nos dedicarmos a nós mesmos: a nossos desejos, necessidades e sonhos mais profundos. E ousar, mais do que nunca, ser quem verdadeiramente somos, em nossa melhor versão, repleta de amor-próprio.