Com a quarentena imposta pela pandemia de coronavírus, nossa tendência natural é deixar tudo em suspenso: estudos, projetos, sonhos. Todos os planos foram automaticamente adiados para depois. Acontece que esse “depois” ninguém sabe quando será. E assim seguimos, com a vida pausada. Mas será que precisa mesmo ser assim? Haveria alguma forma de aproveitar a quarentena de uma maneira mais produtiva?
No dia 31/3 Sabrina Oliveira, cocriadora do programa de formação TeenCoaching, conversou com Marcia Belmiro em uma live inspiradora sobre este assunto. Confira aqui os melhores momentos:
“Estamos vivendo tempos difíceis. Ninguém se preparou para isso, nem sabemos quando vai terminar. No entanto, podemos ver de outra forma: momentos difíceis são boas oportunidades para tomar decisões. As situações adversas, aquelas que nos dão uma ‘cutucada’, podem ser a deixa para uma reflexão profunda sobre o rumo que desejamos tomar daqui por diante.
Na minha vida, particularmente, tomei algumas das decisões mais importantes exatamente em momentos difíceis. Vamos ter que passar pela pandemia de coronavírus, não há escapatória. A questão é: como vamos escolher fazer isso?
O primeiro ponto que fez diferença para mim neste momento foi tomar a decisão de focar minha energia nas coisas sobre as quais tenho controle. Sempre que me percebo angustiada, ansiosa, faço o seguinte exercício: Pego uma folha de papel, divido em dois e escrevo, de um lado, uma lista do que tenho controle e, do outro, tudo que não posso controlar. A partir daí, escolho focar minha energia no que tenho controle. Essa técnica foi fundamental para diminuir minha ansiedade no período que meu filho caçula, Daniel, esteve na UTI após nascer prematuro.
No caso específico que estamos vivendo de isolamento social o que escrevi na minha folha foi: não posso controlar a taxa de novos casos nem o tempo que ainda resta de quarentena e nem mesmo se eu vou contrair o vírus. Mas posso ter controle sobre como vou usar meu tempo nessa situação, como vou me alimentar, a que horas vou fazer exercício dentro de casa e que novas ações quero ter diante dos meus atuais clientes e o que poderei fazer para nesse momento conquistar novos clientes.
Neste momento não posso manter os cursos que daria, que foram adiados indefinidamente. Mas posso cuidar de mim mesma, dos meus filhos e dos meus clientes. Para quem é empreendedor, esta é a hora de estar perto dos clientes (e também dos ex-clientes).
Mandei mensagens para mais de 300 pessoas que já atendi perguntando como estavam e como eu poderia ajudá-las, e os retornos que recebi foram incríveis. É uma forma de estar presente na vida dessas pessoas, e ainda reforça a nossa parceria e o valor da nossa marca. Além disso, essa é uma troca valiosa para os dois lados.
Acredito que podemos pensar o seguinte: Qual missão posso exercer neste período de quarentena? Sei que é difícil colocar o foco no cliente neste momento, há uma tendência natural a focar em nós mesmos. Mas quando mudamos o olhar, isso pode ser bom para nós mesmos.
Por exemplo, esta pode ser a hora de fazer uma capacitação em algo que possa me ajudar – usando minhas forças e talentos – a transformar a vida de outras pessoas. Isso vale para quem é empreendedor, mas também para quem não é e deseja se tornar um.
Se esse é o seu caso, creio que o primeiro passo é focar no autoconhecimento. Tem uma frase de Jim Rohn assim: ‘O sucesso raramente excede o desenvolvimento pessoal.’ Significa que quando você coloca toda a sua energia no profissional, isso provavelmente vai barrar o seu desenvolvimento, inclusive profissional.
Não é um MBA que vai fazer a carreira de alguém deslanchar, por exemplo. Vivi isso na minha própria vida. Quando só pensava em trabalhar e estudar, além de não cuidar das minhas relações, também não estava satisfeita profissionalmente, tampouco estava ‘bombando’ na carreira.
Isso só aconteceu quando me propus a me desenvolver como pessoa. Não nos colocamos no mundo como profissionais, mas como as pessoas que somos, e é assim que os outros nos veem também. O conhecimento técnico é a base, claro, mas não é o que nos alça para o sucesso.
Nas redes sociais, vejo muita gente fazendo mil postagens de autoelogio, mas não é isso que traz valor. O que eu faço: anoto as 20 principais dores do meu público e crio conteúdo especificamente sobre elas. Dessa forma mostro a qualidade do meu trabalho sem precisar dizer ‘olha como eu sou maravilhosa’.
Ao longo desses dias de quarentena, fui aprendendo que, se começo o dia dando atenção total ao Pedro, meu filho mais velho (de 2 anos e meio), o resto do dia flui melhor. Ele sabe que tem o meu olhar, se sente ‘carregado’, e aí posso inclusive fazer meus atendimentos on-line e realizar as tarefas de casa com mais tranquilidade.
Como mensagem final, quero trazer uma reflexão: O que podemos fazer para tornar este momento mais rico, útil ou proveitoso? Mil pessoas poderiam fazer o trabalho que eu faço, mas só eu posso ser a mãe dos meus filhos. Vamos viver um dia de cada vez, sem ansiedade pelo que virá. A vida está passando, você vai vivê-la plenamente, no momento presente? Ou vai deixá-la passar?”