Muitos TeenCoaches em início de carreira têm receio de os pais do coachee não colaborarem com o processo – com atitudes como desconfiança, má vontade ou até não aceitação das técnicas e ferramentas do Método GrowCoaching – e, por isso, não obterem o resultado esperado.
Sabrina Oliveira, cocriadora do programa de Formação TeenCoaching, analisa esta questão:
“O adolescente já adquiriu certa independência, mas legalmente e financeiramente ainda é dependente de seus pais. No Modo Integral, a participação dos responsáveis é fundamental no processo. Eles obrigatoriamente participam da apresentação da proposta e das sessões 1, 6 e 10.
Já aconteceu de algumas vezes os pais dizerem que não têm disponibilidade para estarem presentes em algum desses encontros. Quando isso acontece, a orientação para os TeenCoaches é que expliquem que não é possível abrir mão disso, sob o risco de o objetivo não ser atingido ao fim do processo.
Por que a presença dos responsáveis é necessária nesses quatro momentos do trabalho de TeenCoaching? Em primeiro lugar, para alinhar as metas do adolescente e de seus pais. Muitas vezes os adultos enxergam o problema de forma diferente do filho.
Por exemplo, os pais percebem que o jovem precisa melhorar suas notas, mas para o coachee a questão é que ele sofre bullying e não consegue se concentrar nos estudos. O TeenCoach vai, então, atuar como mediador dessa conversa, ajudando as duas partes a ajustarem suas expectativas e definirem, em conjunto, o objetivo do processo.
Em geral, quando o TeenCoach explica que a presença dos pais é pré-requisito para que haja o processo, eles fazem um esforço para flexibilizar sua agenda de modo a participar. E, quando isso não acontece (raramente), o coach comunica de modo firme e claro que não é possível acontecer o processo dessa forma.
Isso se dá sem tom de crítica nem de julgamento, mas dizendo, com muita tranquilidade, que talvez não esteja no momento de aquela família fazer um processo de TeenCoaching; que isso não é um problema e que, quando pais e filho se sentirem prontos para promoverem uma mudança significativa em sua trajetória, podem entrar em contato com o coach novamente, sem constrangimento algum.
Outra forma de falta de cooperação dos pais é quando ficam entrando em contato diretamente com o coach no meio do processo, querendo saber do profissional como andam os progressos do filho. Nesse caso o TeenCoach é orientado a frisar a questão da confidencialidade do processo, que já deve ter sido abordada na sessão inicial.
Quando o coach tem clareza de seu papel e dá valor a seu próprio trabalho, é mais fácil que os clientes também o façam. Assim, tanto os pais quanto o adolescente poderão participar ativamente do processo e, consequentemente, ter uma percepção mais positiva sobre os resultados obtidos com ele.”