Quando nos tornamos adultos, percebemos que o Natal, para além dos presentes e da comida, é uma grande oportunidade de ver realizados os maiores desejos infantis: momentos de harmonia, brincadeiras, luzes piscando na árvore e iluminando a casa.
É a passagem dos valores familiares para as novas gerações por meio das tradições, é a oração à mesa em agradecimento por termos uns aos outros, e não os brinquedos caros, que criam memórias afetivas que nos acompanham ao longo da vida, fazendo parte da nossa constituição como sujeitos.
Um Natal atípico
Assim como quase tudo desde março, o Natal de 2020 não vai ser igual ao dos outros anos. Para muitas famílias, o distanciamento que já dura nove meses vai ser mantido – o que significa, na prática, uma ceia menor e mais simples, talvez até uma reunião a distância, mas não menos importante.
Isso pode parecer triste ou melancólico, mas também pode ser percebido como uma imensa prova de amor coletiva, por ser a forma mais eficaz, no contexto em que estamos vivendo, de preservar algumas das pessoas que mais amamos.
Nos últimos meses, aprendemos – talvez mais do que em alguns anos – sobre resiliência, sobre proteção a nós e aos demais, sobre como é possível estar presente mesmo de longe, sobre demonstrar afeto por meio de mensagens de texto, áudio, vídeo, por bilhetinhos entregues na portaria, sorrisos mesmo que cobertos com a máscara, abraços a um metro de distância.
Vamos levar todos esses ensinamentos pela vida, e nossas crianças também o farão. Talvez neste ano atípico possa ficar ainda mais palpável – para nós e para os pequenos – o verdadeiro sentido do Natal: saúde, união, amor.