A resiliência pode ser entendida como a capacidade de se recuperar de situações de crise e aprender com essas experiências. Essa habilidade é de grande importância para todos – adultos e crianças –, levando em conta que mesmo a pessoa mais afortunada da face da Terra vai, inevitavelmente, sofrer decepções e frustrações, seja a perda de um emprego ou uma nota baixa na escola.
A boa notícia é que a resiliência pode ser desenvolvida por qualquer indivíduo e, quanto mais cedo esse aprendizado tiver início, melhor.
Para algumas pessoas o padrão resiliente parece quase automático. Para outras, o desafio é maior. “Os indivíduos mais rígidos, com uma tendência à manutenção do status quo, podem ter dificuldade em aceitar algo diferente do que foi previsto, sonhado, almejado e às vezes para o qual houve um grande esforço de realização. Por outro lado, isso não precisa ser encarado como um defeito, mas apenas uma característica de estilo individual”, ressalta Marcia Belmiro.
Confira a seguir orientações para ajudar seu filho a desenvolver um comportamento resiliente:
– Quando a criança cair da bicicleta e disser que nunca mais vai usá-la, acolha a frustração. Depois, lembre a ela o quanto essa conquista é importante para si, e a encoraje, lembrando de outros desafios que já venceu (ex.: tirou uma nota boa em matemática depois de quase ficar em recuperação).
– Coloque-se à disposição para ajudar seu filho no que for preciso, mas deixando o pequeno ser protagonista de seus próprios projetos. Isso aumenta a autoestima da criança, deixando-a mais segura de si.
– Acredite na criança e deixe isso claro para ela, na forma de elogios específicos, que demonstrem o progresso do pequeno e o encorajem a atingir o que deseja (ex.: “Lembra que até o início do ano você só sabia tocar uma música no violão? Agora você já aprendeu mais três, tenho certeza de que vai conseguir tirar essa música que quer tanto.”)
– Quando seu filho se deparar com uma dificuldade, não se apresse em dar a resposta. Ao contrário, deixe ele chegar sozinho a uma solução. Assim, há um estímulo à criatividade para a resolução de problemas, ferramenta que ajuda muito no desenvolvimento da resiliência.
– Resiliência não é deixar de sentir o impacto das dificuldades, mas se levantar após uma queda. Ou seja, é ineficaz dizer ao seu filho “não fica assim, isso não tem importância”. Esse tipo de fala não estimula a resiliência, mas faz a criança acreditar que seus sentimentos não são válidos. Em vez disso, os pais podem respeitar a decepção da criança e, depois, ajudá-la no entendimento de quais foram os aprendizados dessa situação e o que pode fazer de diferente na próxima oportunidade.